segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Capítulo IV - Caráter, Amizade.

Nas últimas 3 postagens, escreví coisas diferentes, porém todas relacionadas ao meu jeito de ser, e como esse meu jeito me faz me sentir tão diferente. Pois agora, vou escrever sobre algo que fiz essa semana, algo que diz respeito ao caráter de uma pessoa, que diz respeito a amizade em seu sentido pleno, e decisões. Sim, aquelas que sempre são complicadas.

Até poucos dias atrás, existia uma pessoa que se dizia meu "amigo". Durante quase 20 anos. E "amigo" de muitos dos meus AMIGOS também. Uma pessoa que já havia feito coisas extraordináriamente estúpidas, pisado em cima de mim e de outros amigos também. Uma pessoa que, desde sua primeira namorada há anos atrás, traía, e era pra cá que vinha, choramingar, depois, com medo de perder a namorada. Até que eu mandei ele se fuder com essas coisas e ele não veio mais pra cá por essas coisas. Mas sempre me contava. Ou contava pra outros, que contavam pra mim. Eu sempre fui uma espécie estranha de "psicólogo" pra todos os meus amigos, pois gosto de ouvir quem precisa. E as merdas dele vinham no pacote, digamos, como um "bônus".

Meu ódio por mentiras e traições sempre foi grande, e cresce a cada vez mais. Muita gente no meu lugar já teria acabado com essa "amizade", porém não o fiz porque ambas as famílias se conhecem, e isso causaria certo desconforto. Nunca conversava com as namoradas dele e evitava conhecer, pra não dizer algo que acabaria com tudo. Até o ponto em que a atual namorada foi direta comigo, depois de muita enrolação, e me perguntou se estava sendo traía, ou se tinha sido. Ela me deu o tempo que precisei pra confirmar, e contei das 3 ou mais vezes que sim, tinha sido. Não tem jeito, esse sou eu, e eu não consigo mentir. Daí ela sumiu e esse "amigo" veio falar as asneiras de sempre no meu ouvido. Babau, já foi. Ele mentiu novamente pra ela, mas já estou limpando meu nome.

O que eu acho impressionante é saber, das pessoas que conversei, que elas nunca fariam o mesmo. Porque "não é da conta delas". Porque "se meter em problema de casal não convém". Porque "nessas situações é melhor fingir que não se sabe de nada". Porque isso e porque aquilo.
E felizmente ví a pessoa que atualmente levo em consideração como meu melhor amigo, por entender tão bem minha essência, e faço questão de citar o nome, RODRIGO FRANCO, um sinal de que, mais uma vez, fiz o certo. E em outro amigo também, que se dispôs a confirmar toda a situação pessoalmente, se fosse preciso.

Esconder algo que se sabe pra proteger uma amizade falha, pra ajudar a criar um caráter nojento, pra "se proteger" de julgamentos como "linguarudo", traídor, entre outras coisas, como sei que tem pessoas pensando em mim dessa forma agora, criando cada vez mais um vínculo de amizades que, em sua essência, são distorcidas e incompletas, esconder algo que se sabe, e deixar uma outra pessoa SOFRER, é ser UM GRANDE HIPÓCRITA, isso sim. Não é "ser esperto", não é "ser safo", não é querer se proteger de um mundo difícil em que vivemos. É ser um grande covarde.

E ouví de pessoas próximas, MUITO próximas, que "não se deve sair falando por aí o que se sabe". É óbvio que existe um limite. É óbvio que tem gente que morre por isso. Mas sempre que eu tenho a verdade guardada comigo, e ela precisa ser dita, pelo bem de alguém, ela vai ser dita. Sempre. E faz parte da amizade dizer a verdade.

Sou muito feliz com os grandes amigos que tenho.

E pra pessoa "próxima" que citou a frase logo a cima, mais específicamente a minha querida mãe a quem tanto amo, vou retribuir com uma frase de Galileu Galilei, em 1633, condenado pelo tribunal do Santo Ofício a SE CALAR, apenas por continuar a apoiar a teoria de que a terra se movia:

" - Eu não me sinto obrigado a acreditar que, o mesmo Deus, que nos dotou dos sentidos, da razão e do intelecto, tenha tido a intenção de que esquecêssemos o seu uso. "



Um obrigado a todos que leram, e que me entendem.

Um comentário:

Caio (@caiowned) disse...

Um excelente texto!!
Retrata como todas as amizades deveriam ser: Verdadeiras
É claro que conseguimos notar a diferença entre uma amizade verdadeira e uma amizade baseada em interesses -por exemplo-, mas nem sempre descobrimos à tempo e acabamos ficando numa "sinuca de bico".
E com certeza: você fez o certo contando a verdade, todos tem o direito de saber, ainda mais quando é de seu interesse. Mesmo que doa um pouco no ato, mas será melhor do que viver uma mentira pro resto da vida.

Sempre te considerei um grande amigo, brother e o texto de hoje só confirma isso. Todo mundo deveria ter um amigo assim :)